Alguma vez atravessaram o mar de comboio? Entre a Dinamarca e a Suécia é possível e as cidades de Lund e Malmö ficam ambas a cerca de uma hora de Copenhaga, pelo que decidi cruzar o mar e mudar de país por um dia.
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Tenho uma amiga a viver em Malmö, mas que estava a trabalhar e só teria disponibilidade para estar comigo a partir das 17h, pelo que fui primeiro a Lund. Lund é uma cidade universitária, pequena, e as suas maiores atracções são a catedral (com um calendário astrológico muito engraçado), a universidade, o jardim botânico (que não visitei) e o segundo mais antigo museu ao ar livre da Suécia (o primeiro é o Skansen, que visitei em Abril com a minha tia).
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Fazia tanto frio para mim que tive de comprar uma camisola, no entanto as crianças suecas brincavam descalças numa fonte.
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A visita ao Kulturen, o museu ao ar livre, foi bastante interessante. Por coincidência, uma visita guiada em inglês acontecia daí a 20min, pelo que aproveitei. Os museus ao ar livre foram uma ideia de, no início da revolução industrial, preservar a memória de como se vivia antes no campo e na cidade e exemplos de vários extratos sociais. Há também exemplos de outros edifícios, como uma igreja.
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Na igreja as pessoas mais importantes ficavam mais à frente e os mais pobres atrás. As filas de assentos até tinham os nomes das famílias escritos e a primeira fila tinha “bancos duplos” para estar a olhar para a frente enquanto o padre estava no altar, e para olhar para trás quando ia até ao púlpito. Isto era também uma forma de serem vistos pelo resto da sociedade.
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Visitámos duas casas de campo, a primeira de uma família rica e a segunda de uma família menos abastada. Ambas coincidiam em que apenas uma divisão tinha lareira, pelo que no Inverno todos viviam nessa divisão e no Verão podiam ocupar toda a casa. A casa abastada tinha duas traves não estruturais no tecto. A primeira, ao pé da porta era o limite até onde os pedintes podiam entrar. Uma vez que o Inverno era rigoroso, ninguém podia recusar guarida aos camponeses, pelo que podiam entrar nas casas para aquecer-se mas apenas até à tal trave. A outra era a que dividia a área de dormida dos homens e das mulheres.
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As casas da cidade eram “as que já conhecemos”, muitas salas pequenas, bibliotecas, salas de música, salas de refeição e quartos, todos interligados.
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Apanhei então o comboio para Malmö. Ainda faltava cerca de meia hora para a Sara, a minha amiga, chegar pelo que decidi ir até ao Castelo de Malmö, uma fortaleza em forma de estrela, com um fosso à volta e um belo parque ao redor.
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Quando me encontrei com a Sara, já no centro da cidade, percebi que durante essa semana decorria o Festival de Malmö e que ela tinha combinado encontrar-se com umas amigas para jantar nas food trucks montadas para o festival e depois ver o concerto dessa noite. Pelo caminho consegui ver pouco da cidade e fotografar menos.
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