Eu visitei a Bélgica em Novembro de 2013, quando estava de Erasmus em Itália, com a minha companheira de casa de então, a Maria João. Decidimos ir até lá porque tínhamos um amigo de Erasmus em Bruxelas, porque encontrámos um voo baratíssimo e porque eu queria realmente muito visitar Bruxelas, uma vez que era uma das capitais europeias que eu ainda não conhecia e tinha realmente muito curiosidade sobre o país, uma vez que tenho muitos amigos de lá e a viver lá. Decidimos também passar um dia em Gent, para visitar outros amigos, por isso este post será sobre as duas cidades.
Bruxelas
Chegámos na sexta à noite ao aeroporto de Charleroi e depois de um autocarro para a estação de comboio, um comboio para Bruxelas e um metro para casa, chegámos a casa do Martim. Ele vivia com muitos outros estudantes e muitos também tinham visitas esse fim de semana, por isso tínhamos uma casa cheia. Deixámos a bagagem e fomos directamente para o bar mais incrível de Bruxelas, Delirium Tremens, enorme, com imenso espaço, óptima música e com a melhor cerveja do mundo, com o mesmo nome do bar 🙂
Na manhã seguinte fomos directamente para o Atomium mas quando lá chegámos estava imenso nevoeiro e por isso decidimos não subir, uma vez que não íamos conseguir ver nada. Em vez disso decidimos comer o nosso primeiro gaufre de chocolate 🙂
Perto do Atomium fica o famoso parque Mini Europe, mas como só tínhamos um fim de semana decidimos que seria algo que poderia ficar para uma próxima visita à cidade. Também lá perto encontra-se o ADAM – Brussels Design Museum, por isso se tiverem mais tempo e forem assuntos que vos interessam, já sabem 😉
Apanhámos o metro de volta para a cidade e visitámos a igreja de St Catherine, a igreja du Béguinage e a igreja du Finistère, atravessámos a Place de Brouckère e a Place des Martyrs no caminho para o Museu du Comic, situado num excepcional edifício Art Nouveau desenhado pelo arquitecto Victor Horta. Foi super interessante entrar no mundo da banda desenhada, especialmente visitar a loja do museu e ler bandas mais antigas do Tintin, do Astérix ou dos Smurfs.
Finalmente chegámos ao coração de Bruxelas, a Grand Place, passando ainda pela Bourse, a igreja de St. Nicolas e, não poderia deixar de ser, lojas de chocolate, cerveja e souvenirs 🙂 A Grand Place de Bruxelas é uma das minhas praças preferidas do mundo. Todos os edifícios que a circundam estão brilhantemente decorados, especialmente as casas das guildas que eram uma espécie de sindicatos, casas que representavam as profissões, que donimavam a vida económica da cidade de Bruxelas no final da Idade Média e início do período Moderno.
Não se pode ir a Bruxelas e não ir ver o Manneken Pis, a famosa fonte do rapaz a aliviar-se, ainda mais pequena do que eu imaginava. Descobrimos lá que também há uma outra estátua de uma menina de cócoras a fazer xixi, a Janneke Pis, na mesma rua do Bar da Delirium (Impasse de la Fidelité).
No dia seguinte subimos o Mont des Arts, uma área em Bruxelas com muitos museus e bonitos edifícios, como o Brussels Meeting Center. É também conhecido pelo eixo que liga o poder religioso (a igreja de Jacques sur Coudenberg), o poder político (a estátua do rei) e o poder económico (a torre da Grand Place, que foi outrora um grande mercado). Entrámos na importante igreja e ainda caminhámos para uma outra, a Igreja de Notre Dame du Sablon, que eu pensei ser a igreja principal de Bruxelas e daí não termos ido à Catedral… De seguida fomos até ao Palácio Real e respectivos jardins e o rei estava em casa, uma vez que a bandeira estava hasteada, mas nem se importou de vir cumprimentar! 😛
Caminhámos pela Rue Royale até à  Igreja Real de St Marie, que estava fechada… No caminho passámos pela Colonne du Congrès e pelo Jardim Botânico. A Maria João decidiu ir por sua vez ao Museu Magritte, mesmo em frente à igreja de Jacques sur Coudenberg, que ela adorou, uma vez que se trata do seu pintor favorito. Outra coisa que vale a pena ver é a fachada Art Nouveau do Museu dos Instrumentos Musicais, do lado oposto da rua. Na mesma área ainda se encontram outros cinco museus, como o Museu de Arte Moderna ou o de Belas Artes, por isso a escolha é vossa.
Ao entardecer fomos até ao Parc du Cinquantenaire onde pudemos ver alguns edifícios do Parlamento Europeu desde fora e o bonito parque. À saída do metro quase fui assaltada, não sei se é comum na área mas tenham atenção com os pick pockets.
Eu realmente gostei de Bruxelas e, como podem ver, é possível visitar imensa coisa em apenas dois dias, por isso mesmo que não tenham um fim de semana comprido, podem voar apenas para Bruxelas e visitar a cidade.
Ghent O nosso terceiro dia foi passado na bonita cidade de Gent. Considerámos visitar Bruges em vez de Ghent mas os locais contaram-nos que Bruges é uma cidade entretanto feita para turistas e que se sente como se estivéssemos dentro de um teatro, enquanto que Ghent é tão bonita como a outra, mas “mais real”. Também ajudou o facto de ter um amigo em Ghent que se ofereceu para nos guiar pela cidade e de ter também lá duas amigas Erasmus com quem íamos jantar nessa noite. Assim apanhámos o comboio em Bruxelas, incrível a diferença de temperatura dentro e fora do comboio, demasiado quente! A primeira impressão de Ghent foi boa pois logo a estação de comboio é muito bonita, com vários murais nas paredes. Mas a estação não é no centro e nós decidimos caminhar sem um mapa, só ir perguntando a pessoas. Recomendo que arranjem um mapa, porque nos perdemos e já começávamos a ficar tristes porque por onde andávamos não era nada de especial. Passámos pela Faculdade de Arquitectura e pela igreja St. Peter e finalmente nos apaixonámos pela cidade quando encontrámos a catedral de St. Baafs, uma das mais incríveis igrejas que tive oportunidade de visitar! Aí encontrámos o meu amigo Koen e ele mostrou-nos os lugares mais importantes na zona, como o Belfry (torre sineira, já só há três na Bélgica que remontam à Idade Média), a câmara municipal ou a Stadshal, uma estrutura de madeira que recebe eventos na cidade e que é mais conhecida, pelos locais, como o estábulo das ovelhas. Como lá estivemos em Novembro e estava de facto frio, precisávamos de nos recolher várias vezes em sítios interiores para nos aquecermos, por isso fomos a um bar beber cerveja belga, provámos alguns doces e pastéis e bebemos licores. Quando nos sentíamos recuperados voltávamos à rua e continuávamos o nosso caminho ao longo dos canais. Passámos pelo mercado de peixe, pelo castelo de Gravensteen e pelas famosas Graslei e Korenlei. Se perguntarem aos habitantes de Ghent qual o sítio mais bonito da cidade, nove deles irão responder que é o Graslei. Hoje em dia este porto medieval tem uma fila única de edifícios históricos, que são reflectidos no rio. Do outro lado do canal está o Korenlei. Tudo o que resta de alguns dos edifícios principais são as paredes exteriores. Foi o melhor sítio para acabar a nossa tour antes de irmos jantar com as nossas amigas.
Depois do jantar regressámos a Bruxelas e na “manhã” seguinte (aka 3h30) acordámos para apanhar o autocarro para o aeroporto de Charleroi. Já saímos de casa tarde e no caminho para a estação perdemo-nos e não tínhamos GPS. Não havia ninguém na rua, não se via um taxi e estávamos a ficar super stressadas porque não sabíamos onde estávamos e não tínhamos muito tempo para o descobrir. De repente vi um carro da polícia, perguntei onde era a estação e pelos vistos estávamos super longe e eles deram-nos boleia, o que por si só foi espectacular e depois às 4h37 perguntaram-nos a que hora era o autocarros, que era às 4h45 e então ligaram as luzes de emergência (obviamente que a cidade estava vazia) e até ligaram a sirene por um segundo quando chegámos ao pé do autocarro, nós só nos ríamos, foi tão engraçado! 🙂 E então apanhámos o autocarro e o avião e logo o primeiro autocarro de Pisa para Florença e assim ainda consegui ir à minha aula da manhã! 🙂

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