A Holanda era considerada por mim um país visitado nas minhas “contagens”, mas o que eu considerava já ter visitado foi, quando em 2007 com o projecto Comenius fiz uma escala na capital, a caminho de Hamburgo, tomar o comboio do aeroporto para o centro, almoçar no McDonalds e caminhar até à praça onde se encontra o palácio real e depois até ao mercado das flores. Ou seja, sempre em frente pelas ruas Damrak e Rokin apenas.

Desta vez tinha todo um dia, menos do que tinha planeado em Abril, quando tinha passagem comprada e Aibnb reservado, mas depois a TAP chamou-me e as férias ficaram obviamente para segundo plano. Assim, decidi levar o meu homem, para o compensar por essa vez perdida, e tivemos de aproveitar muito bem o dia!

O shuttle do hotel para a cidade deixou-nos do outro lado do canal da Leidseplein. Não estávamos longe da praça dos museus, onde se encontra o famoso “I AMsterdam”, mas estava tanta gente que nem valia a pena tentar tirar fotografia. Limitámo-nos a apreciar o belíssimo edifício do Rijksmuseum, visita que terá de ficar para uma outra vez.

Começámos então a aproximar-nos do centro, cruzando canais, maravilhando-nos com este mundo de barquinhos, flores, bicicletas e edifícios que parecem estar a ponto de cair, de tão inclinados que se encontram. O próximo destino era mesmo o mercado de flores… que afinal é mais mercado de bolbos e souvenir, pois flores há poucas.

Do mercado das flores fomos até à praça Rembrandt, com uma estátua do pintor mesmo no centro e um dos Starbucks mais bonitos que já vi (a necessidade de uma casa de banho fez-nos entrar).

Chegámos então ao Amstel, o maior canal ao qual eles já chamam rio e onde começámos a ver as primeiras casas-barco. Começámos logo a imaginar como seria viver numa casa assim, seria tão interessante um dia experimentar! Fomos até ao mercado de Waterloo, pelo que percebi mais tarde, o primeiro “flee market” da história – e de facto com pulgas. Hoje em dia é mais uma normal feira, com a particularidade de venderem rebuçados e bolinhos com erva.

Estava com fome, pelo que comprei Stroopwaffel, as famosas bolachas holandesas recheadas com calda de açúcar, manteiga e canela. Passámos pela casa das indias ocidentais e pelo In de Waag, a última porta da antiga muralha que ainda resiste e que hoje em dia aloja um restaurante. Até que nos deparámos com a rua Zeedijk, onde de repente nos sentimos transportados para o oriente. Por todo o lado sinais em chinês, incluindo os nomes das ruas, e restaurantes desde a China ao Vietname. Optámos por um simpático restaurante malaio, com um menu de almoço a preço simpático e a melhor limonada que bebi em toda a minha vida!

De repente já tínhamos atravessado meia cidade e encontrávamo-nos de frente à estação Amsterdam Centraal, outro edifício de relevo nesta cidade maravilhosa. Aqui decidimos fazer um cruzeiro pelos canais, fotografias que deixo para outro post, e que valeu totalmente a pena, ainda mais porque o barco é fechado e decidiu chover precisamente quando lá estávamos dentro. 😉

Apaixonei-me pelas casinhas no canal Damrak, que dão directamente para a água e não para uma rua, como acontece nos outros canais! Continuámos pela rua com o mesmo nome, a que eu teria percorrido há 11 anos, para nos decidirmos perder em ruelas e encontrarmos algo que só poderia acontecer em Amesterdão: uma loja de cogumelos mágicos encostada a uma igreja! Chegámos à praça do palácio real, cheia de pombos. Os edifícios não me deslumbraram por isso não perdemos muito tempo aí e voltámos à caça de canais bonitos, de deambular pelas ruelas e fazer tempo para que o Red Light District se compusesse.

Quando lá chegámos nem podia acreditar que era tão central e tão “aberto”, tão “óbvio”. Havia ainda pouquíssimas meninas, provavelmente porque àquela hora o bairro ainda estava cheio de famílias à procura de lugar para jantar, pelo que decidimos fazer o mesmo. Não sei se podemos chamar jantar a uma panqueca holandesa, mas foi isso que procurámos.

Mais tarde os “quartos” já estavam mais compostos, embora a maioria ainda estivesse desabitado. Fez-me alguma impressão vê-las, todas iguais, todas operadas, como se os homens só procurassem aquilo. De vez em quando havia uma ou outra mais “normais”, mais “naturais”. Obviamente não se podia tirar fotografias!

Mas o despertar para o voo no dia seguinte era cedo, pelo que não podíamos alongar-nos muito. Tivemos de caminhar de regresso à Leidseplein, num entardecer lindo, de uma golden hour contrastante com as nuvens carregadas que se aproximavam! Foi sem dúvida um dos melhores dias deste ano!

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