Olá de novo! Long time no see! Como poderão saber eu trabalhei na TAP durante dois anos, como assistente de bordo, trabalho que terminou (temporariamente, espero!) em Abril passado por causa da pandemia. De viajar todas as semanas, a ter de ficar no mesmo lugar durante tanto tempo, fez com que a minha ânsia por andar de avião, por ter aquela sensação de descoberta do desconhecido, aumentasse exponencialmente!
Felizmente ainda tenho alguns bons amigos na companhia e finalmente consegui coincidir com uma estadia de uma das minhas melhores amigas, desde disponibilidade de horários, a destino que aceita portugueses, a preços de testes Covid aceitáveis. Então fomos até à ilha de São Tomé por dois dias!
Cada destino tem as suas regras, eu costumo consultar no site da IATA, que está constantemente a ser actualizado e é bastante perceptível. Então para viajar para São Tomé é necessário um teste PCR negativo com um máximo de 72hrs – fi-lo no Drive-Thru da Cruz Vermelha Portuguesa, o lugar mais barato que encontrei até agora (60€). Depois, para regressar para Portugal, vindo de alguns destinos, entre eles a ilha no equador, também é necessário um teste negativo (informações no Portal das Comunidades Portuguesas). Assim, logo na minha primeira manhã fiz o teste (preço 20€), que estava pronto no dia seguinte, o dia da partida . A estadia foi tão curta que quase que dava para usar o mesmo teste para ida e volta…
Explicada a burocracia que implica agora viajar, vou-vos contar como foi a minha terceira visita a este paraíso. Antes de mais queria falar-vos de sanidade mental e o boost que estes dois dias me deram! Não foi só saber que estava finalmente a viajar, foi sentir o ar quente na cara, na traseira de uma carrinha de caixa aberta, fechar os olhos e ouvir os pássaros, foi nadar num mar de temperatura perfeita, fotografar rostos felizes e alheios a toda esta preocupação que o nosso dia-a-dia se tornou, comer comida diferente e maravilhosa, tudo isto na melhor companhia! Só houve uma coisa que custou, principalmente no primeiro dia, durante o voo: vê-los a executar o meu trabalho de sonho e não saber quando ou se vou poder voltar!
Os voos da TAP para São Tomé incluem sempre uma escala em Acra, onde tive a oportunidade de aterrar no cockpit – mordomices de que também tinha saudades! Já em São Tomé tocou a outro, mas a vista desde a janela não lhe ficou atrás, embora tenha sido já no lusco-fusco, mais difícil para as fotografias.
Já no chão, ainda na placa, havia controlo de temperatura, controlo dos testes Covid, desinfecção das mãos (sim, instalaram lavatórios à saída do avião e obrigavam toda a gente a lavar as mãos ) e entrega das malas – tudo no exterior. Entrávamos só para o controlo de passaportes. Foi à chegada que descobrimos que era o aniversário da chefe de cabine e decidimos todos ir jantar ao Papa Figo, um dos melhores restaurantes da cidade, onde já é habitual ir jantar. Pedimos várias espetadas de cherne (que traziam ainda camarão e polvo, tudo maravilhoso), moqueca de peixe, fruta-pão, banana-pão, mata-bala, um manjar local acompanhado por várias Rosemas bem geladas, a cerveja local, e boas conversas!
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Finalmente, após três horas de caminho, chegávamos à praia! Tinha aqui estado em Abril de 2019, com sol e maré alta. Desta vez a maré baixa mostrava perfeitamente a razão do nome da praia e o céu nublado não reduzia em nada a beleza do lugar. Era hora de dar um mergulho nestas águas quentes do equador, tirar fotografias, sorrir e entretanto voltar para cima, que a fome apertava.
Também neste dia celebrávamos um aniversário, o da colega Melanie! Demos um salto à frente do Pico do Cão Grande e comemos com uma bela vista, no Mionga. Restaurante que ainda não conhecia, deixou-me muito bem impressionada! De entrada tivemos direito a um prato de beringela no forno, bolinhos de arroz e polvo. O prato principal foi peixe bonito grelhado, acompanhado novamente com banana-pão, arroz, batatas e fruta-pão e de sobremesa recebemos um doce de banana e jaca, que nunca tinha comido e adorei, embora o cheiro não seja muito agradável.
Terminámos o dia na esplanada do hotel, em troca de fotografias e muita boa conversa!
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No segundo dia já só saímos com um carro, íamos só cinco e eu de qualquer forma queria ir na caixa aberta, tendo desta vez companhia da Susana. À saída de São Tomé, passámos pelo resultado do meu teste Covid, para poder regressar essa noite, e seguimos para norte em direcção à Lagoa Azul. O plano era visitar essa bela praia e depois seguir para uma praia de areia, para que nos pudéssemos deitar ao sol um pouco, antes de seguir para Neves, onde íamos almoçar no restaurante Santola.
Da primeira vez que visitei a ilha, passei pela Lagoa Azul, mas dessa vez estava nublado, pelo que desta vez, com sol, o lugar se apresentava muito mais bonito! Estávamos sozinhos na praia, a ausência de turismo devido à pandemia nota-se claramente. Estivemos muito tempo dentro de água, felizes por ter esta oportunidade, tristes por tudo terminar nessa noite. Queríamos então mudar de praia, faltava só subir ao morro com um bonito embondeiro, para tirar algumas fotografias antes de seguir. Foi a regressar para o carro que a Melanie e a Joana nos deram a notícia de que a chave do carro se tinha partido, com quase todos os nossos pertences dentro. Felizmente tínhamos um telemóvel para ligar ao Vanderlei, o nosso contacto em São Tomé que nos aluga o carro, para nos ir salvar. Assim tivemos de ficar mais uma hora de molho, à espera da chegada da cópia da chave.
Já com fome, decidimos ir directamente para Neves, em pé, na caixa aberta, a sentir o ar na cara, a dizer olá a toda a gente que ultrapassávamos, uma sensação que não vou esquecer tão cedo. O almoço foi óptimo, apesar de algo trabalhoso: uma santola para cada um, pão torrado e fruta-pão, num espaço do mais autêntico possível!
No regresso a São Tomé, passámos ainda pela loja do chocolateiro Diogo Vaz, um espaço belíssimo mas com preços demasiado elevados, até para europeus. Estando com a tripulação, e pelo facto de eles irem trabalhar durante toda a noite, regressámos ao hotel para que eles pudessem descansar antes do voo.
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Voo nocturno, aterragem em Acra no caminho, dormi o voo quase todo. Acordei a tempo de aterrar no cockpit em Lisboa, onde chegávamos ao nascer do sol. Restavam-me dois dias de “ressaca” de viagem, aquele sofrimento do desmame de tanta felicidade, para entrar em confinamento uma semana depois… Muita saúde para todos e esperemos que a oportunidade de mais viagens surja em breve!
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