A Isadora tem 24 anos e acabou este ano um mestrado em Arquitetura Interior, na Royal Academy of Art, em Haia, Holanda. Está a viver na Holanda há quase 3 anos, sendo que a razão pela qual decidiu ir para fora foi porque ambicionava tirar o mestrado no estrangeiro, o que coincidiu com o período em que o seu namorado queria fazer um estágio fora. Então embarcaram juntos neste aventura. Quando se mudaram para lá a intenção era encontrar um quarto em Haia mas o primeiro que conseguiram arranjar foi em Roterdão. Foi por acaso que se mudaram inicialmente para Roterdão mas foi, sem dúvida para ela, a melhor escolha!

Que expectativas tinhas da cidade e do país antes de chegar? A realidade é parecida com essas expectativas?

Não fiz grandes expectativas do país para além de imaginar que tivesse imensas bicicletas e que o clima não seria o mais agradável. Mas depois de experienciar a estilo de vida holandês, admiro que superou as minhas expectativas. Gosto bastante do estilo de vida aqui e em termos profissionais há mais oportunidades que em Portugal.

 

 

Como caracterizas os holandeses?

Em geral as pessoas são bastantes simpáticas, mais reservadas comparando com os portugueses, mas ainda assim têm um bom sentido de humor e são bastante acessíveis. O nível de inglês dos holandeses é ótimo, o que facilita bastante para comunicar sem falar holandês.

Do que mais gostas em Roterdão? E do que menos gostas?

Roterdão é para mim uma cidade bastante dinâmica, há sempre eventos a acontecer, exposições, festivais, etc. Mas ao mesmo tempo é uma cidade bastante tranquila em termos de stress. Na minha opinião tem a ver com o facto de se usar bastante bicicletas: há menos congestão no trafico, menos poluição/barulho, e o que ajuda é também o sistema de transportes públicos funcionar bastante bem. Uma cidade com uma escala ainda grande mas onde tenho uma rotina bastante confortável. A única coisa que poderia pedir mais eram dias de sol, na maior parte do ano o clima é bastante frio e principalmente muito ventoso.

 

Como é um dia normal para ti aí?

Neste momento que acabei de estudar, mantenho o meu emprego que costumava ser só ao fim de semana, mas agora no verão trabalho mais dias. Trabalho num hostel, chamado King Kong Hostel. A minha rotina num dia de trabalho é acordar por volta das 6.30h da manha, vou de bicicleta até ao hostel. Quando termino o trabalho costumo ficar no hostel a beber um copo com os colegas, e depois, dependendo se tiver planos ou não, o fim do dia ainda dá para ser aproveitado, às vezes jantar fora, uma ida ao cinema, etc.

Se alguém fosse visitar Roterdão e só tivesse 3 dias o que sugerias ver e o que comer e onde?

Para quem visita Roterdão e gosta de arquitetura há bastante para ver, começando pelo Markthal, desenhado pelos MVRDV. É um mercado interior com muita vida. Kop van Zuid é um bairro no sul, ao passar a ponte Erasmus, e também uma das zonas mais modernas e com aranhas céus interessantes em termos arquitectónicos. Para comer ou sair à noite, a rua onde trabalho, Witte de Withstraat, tem bastantes opções de bares e restaurantes. O restaurante Bazar em termos de preço/qualidade é uma excelente escolha.

Em que zonas da cidade devemos procurar hospedagem e porquê?

Para procurar alojamento a um preço acessível, a cidade oferece boas opções de hostéis, começando pelo meu local de trabalho, King Kong Hostel. É para mim um dos espaços mais acolhedores da cidade, tendo ganho por 2 anos o prémio do melhor hostel da Holanda pelo website Hostel World. Também há outras opções como o hostel Room ou o Stayokay, que também estão bem localizados e são opções económicas.

E quais os melhores locais para sair à noite?

Costumo frequentar mais bares do que discotecas. Pela minha experiência, o bar Bird ou Annabel, perto da estação central, são boa escolhas. Ou então na rua Witte de Withstraat também há bastante escolha em relação a bares: De Witte Aap, Ballroom, Worm, etc. Essa rua é o hotspot para sair à noite

Qual o teu lugar preferido (bairro, edifício, café, livraria…) ou actividade preferida?

O meu local favorito é na verdade o meu local de trabalho, é como uma segunda casa. Tenho lá conhecido pessoas bastante interessantes de todo o mundo, hóspedes que passam pelo hostel, e o ambiente da rua onde se localiza também é bastante agradável.

Tens algumas dicas para nos oferecer de como poupar dinheiro em Roterdão?

No que acho que dá para poupar mais dinheiro é pela escolha de supermercados onde comprar comida. Normalmente no centro é fácil de encontrar os supermercados mais caros, Spar ou Albert Heijn, mas saindo do centro já se encontra o Lidl, por exemplo, onde os preços são bastante diferentes. E outra coisa que dá para poupar dinheiro, e muita gente não sabe, é com os transportes públicos. Para quem vai passar o dia a outra cidade, com amigos, e tem de usar o comboio, comprando bilhete de grupo fica muito mais barato.

Como turista há que ter atenção com algo?

A única coisa que recomendo especial atenção é em relação às bicicletas. É bastante comum roubarem bicicletas aqui, por isso o melhor é prende-las sempre bem, com um cadeado forte ou presas a algo. Outra coisa que acontece aqui, é quando se estaciona a bicicleta fora dos sítios próprios. É comum que as bicicletas sejam levadas por alguém da câmara e depois é necessário pagar uma multa (25 ou 30€) para as ter de volta. Isto acontece maioritariamente em zonas mais movimentadas, perto de estações de comboio ou em ruas principais.

O que responderias se alguém te perguntasse “Não se pode sair de Roterdão sem…?”

Na minha opinião o mais interessante de Roterdão é a diversidade arquitectónica da cidade, o desenvolvimento que a cidade sofreu depois de ser destruída na segunda guerra mundial. Considero uma tour pela história do cidade como imperdível.

Muito obrigada à Isadora, por nos “levar” a uma Holanda um pouco menos conhecida!

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