Os “deuses dos planeamentos” foram generosos em Dezembro e depois de uma estadia de cinco dias em Moscovo, tive outra de cinco dias em Belém do Pará. A minha primeira vez no Brasil, mais um dos destinos que a TAP faz com o A321LR, mais um destino de longo curso para a tripulação de médio curso, como já fiz o Washington DC e eventualmente em breve terei a oportunidade de ir a Natal, Recife, Maceió, Nova Iorque, Boston e Montreal.
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Chegámos a Belém à noite e no dia seguinte já estávamos a sair do hotel de manhã em direcção ao porto, pois íamos passar os dois dias seguintes num barco a explorar afluentes e igarapés do Amazonas, a ver como mora tanta gente em casas de palafita, como tomam banho, lavam a loiça e os dentes no rio castanho, a comer os peixes maravilhosos destas águas, grelhados ali mesmo no barco, acompanhados com farofa, arroz e feijão!
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No primeiro dia fizemos uma paragem na casa do Sr. Ladir, um senhor de 87 anos que nos descasca castanhas do Pará, sobe árvores de açaí e nos deixa vaguear pelo seu grande quintal: a floresta amazónica. Vimos árvores de cacau, de borracha, árvores que caminham em busca de água, lianas, açaízeiros e outras tantas que já não sei identificar. Muito mosquito, tanto que mesmo com o repelente tradicional, o repelente local e roupa a cobrir o corpo não nos safávamos de umas três picadas.
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Nessa noite dormimos no barco, em redes suspensas, um lençolzinho em cima e silêncio total! Curiosamente no rio não havia mosquitos. De manhã acordámos com a passarada, mais cedo do que queríamos. O sol nasceu pouco depois e essa manhã foi a mais bonita, a mais autêntica, muitos barcos a passar, pescadores de camarão, barcos-autocarro que levavam os miúdos para a escola, “taxis”… Os barcos de festa com má música aos berros do dia anterior desapareceram, agora éramos só nós e a natureza! Tomámos banho no rio, que tem uma corrente fortíssima inesperada, um misto de divertido e ao mesmo tempo de medo, pois não se vê nada por baixo de água e apesar de não haver piranhas e crocodilos tão perto da cidade nunca se sabe quando eles se vão aproximar Apanhámos mangas e limas das margens, fizemos caipirinhas, comemos mais peixinho e voltámos para a cidade imediatamente antes da monção daquele dia – em Belém chove (quase) todos os dias depois de almoço.
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