Quando digo que vivi no México, digo que vivi em Mérida, mas na verdade já passei tanto tempo no estado de Oaxaca como em Mérida. É que o meu marido vem da sua capital, Oaxaca de Juárez, pelo que sempre que vamos ao México, vamos até Oaxaca visitar a família. O estado de Oaxaca é um dos pontos altos do México tanto a nível cultural como gastronómico e oferece imenso para fazer!

A cidade de Oaxaca de Juárez em si é uma pérola de arquitectura colonial, Património da Humanidade pela UNESCO! Situada num vale, com a Sierra Madre a rodeá-la, oferece desde o seu “andador turístico”, uma belíssima avenida sem carros, que liga duas das praças mais importantes da cidade, a galerias de arte, igrejas históricas ou fascinantes museus! Mas para além da cidade há também bastante por descobrir, seja a meia hora, seja a 7h de carro (sim, o estado é tão grande como Portugal continental) – antigas cidades zapotecas, praias paradisíacas ou até a oportunidade de nadar numa cascata petrificada!

Zócalo de Oaxaca

É impossível visitar a cidade de Oaxaca sem visitar a sua praça principal! Apesar de não ser a mais bonita, principalmente porque está sempre cheia de manifestantes acampados, ou por um motivo ou por outro, é impossível evitá-la. É um lugar cheio de vida, cheio de vendedores ambulantes, mercados informais que vendem roupa ou artesanato a turistas e locais, muitos balões, carros de comida e vários restaurantes com esplanada espalhados pelas arcadas de ambos os lados da praça.

No lado sul do Zócalo encontra-se o Palacio de Gobierno (daí a escolha do lugar para as manifestações). O edifício é aberto ao público e contém um interessante e interactivo museu  da ciência (entrada 25$MX, domingos grátis), belíssimos murais que contam a história de Oaxaca e de algumas das suas personagens mais importantes, como Benito Juárez que dá o seu nome à cidade, tal como exposições temporárias (quando fui tinham expostos os vários trajes típicos das várias regiões do estado de Oaxaca).

No lado norte do Zócalo encontra-se a Catedral de Nuestra Señora de la Asunción. É comum encontrar celebrações em frente à porta da catedral, especialmente no mês de Julho, em que se aproximam as festividades da Guelaguetza, com música, danças e até fogo preso.

Santo Domingo – Praça, Templo, Museu e Jardim Etnobotânico

Santo Domingo para mim é Oaxaca! No topo do andador turístico é aqui que está a maior beleza da cidade, o Templo de Santo Domingo de Guzmán, com a sua grande praça cheia de cactos de agave e vendedores ambulantes! O interior da igreja é tão impressionante como o seu exterior! Passando as suas enormes portas encontramos uma abóbada coberta de ouro, aliás todo o interior está repleto de objectos dourados! 

À esquerda da entrada da igreja encontramos a entrada do Centro Cultural Santo Domingo, um museu que expõe peças das várias culturas que pisaram Oaxaca ao longo dos tempos, tudo isto emoldurado pelo belíssimo ex-convento do séc. XVII que as recebe! Mesmo que não se tenha grande interesse no museu, é bastante interessante percorrer estes antigos claustros e corredores com grandes vãos para o vizinho Jardim Etnobotânico. A entrada no museu custa 70$MX e está aberto de terça a domingo, das 10 às 18h30 (ao domingo a entrada é livre).

O Jardim é para mim outro dos pontos altos da cidade, tenho pena que não seja um parque integrado na cidade, mas sim uma atracção turística. Aqui encontramos vários cactos, árvores estranhas que só existem nestas latitudes e várias esculturas espalhadas pelo jardim. Mas para mim o mais bonito é mesmo a presença do convento de Santo Domingo como pano de fundo do jardim! Só é possível visitá-lo com um guia, as visitas em espanhol custam 50$MX (de 2ª a domingo, às 10h, 12h e 17h), as visitas em inglês custam 100$MX (3as, 5as e sábados às 11h).

Monte Albán

A pouco menos de 10km do centro de Oaxaca, numa colina que espreita sobre a cidade, encontramos as ruínas da antiga cidade de Monte Albán, Património da Humanidade pela UNESCO. Uma das primeiras com um plano urbanístico e a cidade pré-colombiana mais importante da região, era aqui que se localizava o centro político dos zapotecas, muito influenciados pelos teotihuacanos no seu início. No seu apogeu chegou a ter 35,000 habitantes! Depois da queda da civilização zapoteca, toda a região foi dominada pelo povo mixteca. Será o melhor tour de meio dia para se fazer “fora” da cidade, tem um custo de 80$MX e está aberto todos os dias das 8h às 17h.

É relativamente fácil chegar a Monte Albán de transportes públicos, seja de taxi, como de shuttle, que parte do Zócalo a cada meia hora ou cada hora dependendo do dia da semana, os bilhetes custam 60$MX ida e volta e compram-se do lado oeste da praça, numa banca à frente do Subway. Há também a opção de tomar um tour que para além de incluir a visita às ruínas de Monte Albán, inclui também a visita a Arrazola, uma vila conhecida pelos alebrijes, esculturas coloridas de animais em madeira (se viram o filme Coco saberão do que falo), a visita ao convento de Cuilapam e à própria vila de Cuilapam, conhecida pelo seu barro negro. É possível comprar estes tours online mas será muito mais barato reservar com um dos rapazes que os anuncia pelo Zócalo.

Hierve el Água

Hierve el Água é um dos tour mais populares para se fazer desde Oaxaca e por uma boa razão – imaginem banhar-se em piscinas no topo de uma cascata petrificada com vista para as imensas montanhas oaxaqueñas! Água rica em mineirais a correr pela escarpa desta montanha durante milhares de anos desenvolveram estas camadas de cálcio que elegantemente desce a colina. O local tem este nome, não porque a água está de facto a ferver mas porque quando sai do solo, borbulha, parecendo que ferve. Na verdade está até fresca, ideal para uns bons banhos num dia bastante quente, comum na região.

A entrada custa 50$MX. Ao pé do estacionamento há dezenas de lugares onde é possível comer e beber – muito importante estar bem hidratado! Há também balneários onde é possível trocar para o fato de banho, se não vier já vestido desde casa. Depois há que descer a montanha durante uns 10min até se chegar às piscinas. É também possível fazer várias caminhadas (com ou sem guia) até ao topo da cascata principal ou para vê-la desde baixo.

A forma mais fácil de chegar a Hierve el Água é com um tour ou com carro próprio – idealmente 4×4 porque a última vez que fui, em Março de 2020, a auto-estrada estava em obras e foi necessário ir pela montanha, por estradas de terra batida. O tour, contratado com um dos rapazes do Zócalo, custou 200$MX (mais entradas) e supostamente incluía a visita a estes cinco pontos:

  1. Hierve el Água;
  2. Teotitlan del Valle, uma comunidade zapoteca conhecida pelos seus têxteis;
  3. destilaria de Mezcal em Matatlan;
  4. zona arqueológica de Mitla;
  5. Árbol del Tule, a árvore mais larga do mundo.

Por causa da pandemia de coronavirus, tanto a Árvore como a zona arqueológica de Mitla estavam fechados, pelo que só foi possível visitar os três primeiros pontos, dando a oportunidade de passar duas horas em Hierve el Água, perfeito para quem quer aproveitar as piscinas. O tour também “incluía”, por 150$MX mais bebidas, o almoço num restaurante buffet com comida típica oaxaqueña.

Árbol del Tule 

Alguma vez pensaram onde se encontraria a árvore mais larga do mundo? Eu nunca tinha pensado nisso, mas é mesmo aqui, a 13km de Oaxaca, na praça da igreja da pequena vila de Santa Maria del Tule. Com mais de dois mil anos, o tronco deste enorme cipreste mexicano tem 58m de perímetro e 14m de diâmetro. A Árbol del Tule é um lugar interessante para visitar, mas não vale a pena percorrer os 20min de carro ou taxi, desde Oaxaca, só para a ver. É preferível incluir esta paragem a caminho de uma das outras atracções na mesma direcção, sejam as ruínas de Mitla, as cascatas petrificadas de Hierve el Água ou o Mercado de Tlacolula de Matamoros. É gratuito ver a árvore de longe, mas é possível aproximar-nos pagando a quantia de 20$MX.

Mitla 

As ruínas de Mitla, a uma hora da cidade de Oaxaca, centro religioso da civilização zapoteca, são conhecidas por terem um friso único no país. Mitla, que em náhuatl significa “lugar dos mortos”, foi habitada entre 200 e 1521 d.C., quando os espanhóis invadiram o México. Este nome, que tanto invoca o além, tem como raíz os inúmeros sacrifícios e cerimónios fúnebres que aí se realizaram, reforçando o papel de “Vaticano dos zapotecas”, enquanto que, relembro, Monte Albán era o seu centro político.

Para visitar a zona arqueológica de Mitla é possível lá chegar obviamente pelos próprios meios, ou então inclui-la num dos tours que partem da cidade, seja o tour que apresentei acima, que inclui a visita a Hierve el Água, ou um tou mais curto, de meio dia, que vai só até Mitla, com uma curta paragem em Santa Maria del Tule para ver a árvore mais larga do mundo.

A entrada na zona arqueológica tem um valor de 75$MX e está aberta todos os dias entre as 8h e as 17h. Atenção às horas porque da primeira vez que tentei visitar Mitla já estava fechado e da segunda vez estava fechada pela pandemia de coronavirus, pelo que terá de ser à terceira a que vou conseguir visitar! De qualquer forma é possível ver bastante da zona arqueológica contornando o seu perímetro e visitando a igreja, de acesso livre, que se encontra no centro das ruínas. A vila de Mitla é um dos cinco Pueblos Mágicos do estado de Oaxaca!

 

Guelaguetza 

Para mim a melhor altura para visitar Oaxaca é no final de Julho porque se celebra a Guelaguetza, o maior festival de cultura e dança do estado de Oaxaca. Todos os dias há festa, desde concertos e exposições, a diferentes mercados de mezcal, comido ou artesanato, tanto na rua como no grande auditório da Guelaguetza, em que nas últimas duas segundas feiras de Julho as várias delegações oaxaqueñas desfilam.

Nos sábados anteriores às importantes segundas feiras, as mesmas delegações desfilam pelo andador turístico de Oaxaca, dando oportunidade a toda a gente de ver este belíssimo espectáculo – passam os monos de calenda, enormes bonecos, começam as chinas oaxaqueñas, com as suas saias coloridas e enormes cestos decorados na cabeça, as várias delegações de tehuantepec, com os seus vestidos bordados e enormes colares de ouro, a delegação de Huautla, Pueblo Mágico, com eles vestidos de branco e elas com vestidos caídos rosa e azuis em fundo branco, vem a Danza de la Pluma, só homens, ou a Danza de Flor de Piña, só mulheres, que dançam com ananáses, entre tantas outras. Há muitas cores, há perús, há música, um evento a não perder!

Outro dos espectáculos que acontece no auditório da Guelaguetza é o da Princesa Donaji. A história conta que o rei zapoteca Cosijoeza e a rainha Coloyocaltzin tiveram um filho, Cosijopi, que foi enviado para governar a área do Istmo de Tehuantepec. Cosijopi teve uma filha, a princesa Donaji. Naquela época, havia guerras constantes entre os zapotecas, estabelecidos em Zaachila, capital política dos zapotecas nessa altura, e os mixtecas, estabelecidos em Monte Albán, depois dos zapotecas abandonaram esse local. Os mixtecas atacaram Zaachila e, para terminar a guerra, tomam a princesa Donaji como refém para a paz. Aí os zapotecas atacaram Monte Albán e, por ter sido um ataque repentino, os mixtecas fugiram e decapitaram a princesa, apenas confessando onde haviam enterrado o corpo, mas não revelando onde estaria a cabeça, permanecendo assim um segredo que deu depois origem à lenda. A lenda da Pricess Donaji diz que um jovem pastor levou animais a pastar até San Agustin de las Juntas, perto do actual aeroporto internacional da cidade de Oaxaca, e aí encontrou um Lirio. Em vez de arrancá-lo ele começou a cavar, a fim de levá-lo com tudo e raíz. Descobriu que a raíz brotava de uma orelha humana, continuou a cavar e encontrou toda uma cabeça. Dizem que a cabeça estava em perfeitas condições e, por causa da rica decoração, se atribuiu à princesa Donaji. Então o corpo e a cabeça foram enterrados no templo de Cuilapam. Acredita-se que isso foi feito para atrair mais povos indígenas devido à importância da personagem na cultura local, até porque, oficialmente, a princesa Donaji foi batizada com o nome de Juana Cortés.

,Praias Oaxaqueñas

O estado de Oaxaca tem toda uma costa paradisíaca por explorar! O único ponto negativo é que, para lá chegar, são necessárias mais de seis horas de caminho pelas montanhas oaxaqueñas, seja de carro, seja de autocarro (estes já podem demorar entre 9 a 12horas, mas são geralmente nocturnos, o que acaba por poupar uma noite de alojamento) – ou então voar para os aeroportos de Puerto Escondido ou Huatulco. Assim, para considerar ir até a estas praias banhadas pelo Oceano Pacífico, há que adicionar uns dias extra de férias, que valerão totalmente a pena! Podem contar com bonitas praias de areia dourada e calmas baías, escapes para surfistas, como Puerto Escondido, lugares ideais para aqueles mais ecologistas, que querem ver tartarugas no seu habitat natural, como Mazunte, outro dos cinco Pueblos Mágicos de Oaxaca, vilas mais tranquilas como Puerto Angel ou lugares mais exclusivos, como os resorts all-inclusive em Huatulco.

Já visitei Puerto Escondido, no meu aniversário em 2015, e Huatulco, de férias no ano passado. Recomendo ambos, pois são muitíssimo diferentes.

O primeiro destino é bem mais acessível. Recomendo o Hotel Aldea del Bazar, um hotel bom e com preços acessíveis. Puerto conta com várias praias, sendo que a mais famosa é a de Zicatela, onde estão todos os surfistas e onde também se encontram inúmeros restaurantes ao longo da marginal. Mas há várias outras praias mais pequenas e acolhedoras como a praia Carrizalillo ou a praia Manzanillo. Para tomar um bom pequeno almoço, recomendo irem ao El Cafécito, o lugar preferido do Jorge para começar o dia!

Já em Huatulco fiquei no hotel Camino Real Zaashila, três dias em regime tudo incluído, num quarto com piscina privada, pelo que a vontade de sair do hotel era pouca. Ainda assim vale a pena visitar a vizinha cidade de Crucecita, com a igreja que contém a maior virgem de Guadalupe do mundo – pintada no tecto de uma ponta à outra da igreja – ou para ver a praia, de acesso público, cheia de gente sentada a comer nos restaurantes que ocupavam o areal até ao mar, assustadora. Huatulco é conhecido pelas suas baías pois as praias de “mar aberto” são demasiado perigosas, na região. Infelizmente o nosso hotel, apesar de estar numa baía, estava mesmo à frente da sua entrada, pelo que levava com a ondulação toda. Se adoram piscina e margaritas de manga, sugiro que fiquem aí, se procuram fazer praia e banhos de mar, é melhor escolherem outro hotel.

Mercados – Benito Juarez Maza / 20 de Noviembre e Tlacolula de Matamoros

Como sabem, se já seguem este blog com alguma regularidade, a visita a um mercado é imprescindível numa visita a uma nova cultura! E porque não a dois? Nenhuma visita a Oaxaca estaria completa sem atravessar um dos seus movimentados mercados. Um óptimo lugar para começar esta aventura fica um quarteirão a sul do Zócalo, os mercados adjacentes Benito Juarez Maza e 20 de Noviembre. É uma cena extasiante que deve ser vivida mesmo por quem não tem intenção de fazer compras. Aí, podem encontrar praticamente de tudo, desde especiarias e muitos chillis diferentes, brinquedos e piñatas, carne e marisco, chocolate, mezcal, roupas, flores, artesanato local e, é claro, muitos chapulines – gafanhotos fritos, de variados tamanhos, só para os mais corajosos. Vale a pena também experimentar as Águas de Casilda, um posto que só vende águas frescas de inúmeros sabores! Eu experimentei a de goiaba e chia e era divinal! Aberto todos os dias entre as 7h e as 21h.

Para uma verdadeira experiência cultural, há que conduzir cerca de meia hora a este de Oaxaca para chegar ao mercado semanal de Tlacolula de Matamoros. É um dos mercados mais antigos da Mesoamérica e um dos maiores, não apenas em Oaxaca, mas em todo o México. Todos os domingos o mercado enche-se de pessoas de todas as terras próximas que vêm comprar ou vender. Nestes lugares é que me sinto no “México puro”, o mais tradicional, onde o “nosso ocidente” ainda não chegou, onde as mulheres se vestem e penteiam de forma tradicional, onde passeiam galinhas e perus pela mão, de cabeça para baixo, onde famílias se encontram para comer a carne que acabaram de comprar na banca ao lado da de quem grelha, onde as cores são hipnotizantes! O mercado é quase uma extensão da bonita igreja, logo ao lado, onde quase todos vão rezar antes ou depois de ir às compras. É possível chegar de táxi ou de autocarro, o primeiro mais fácil que o segundo.

Mezcal e comida

Oaxaca é mundialmente conhecida pelo mezcal. O mezcal é semelhante à tequila, pois é feito a partir da planta de agave, mas o mezcal é mais complexo, tanto em termos de sabor como de produção. Muitos tipos diferentes de agave são usados para o mezcal, enquanto que a tequila só é produzida com agave azul. Além disso, o processo de torrefação subterrânea do mezcal oferece um sabor fumado, pelo qual é conhecido. O mezcal deve-se beber a temperatura ambiente e “a beijos”, golo a golo, e não como um shot. Por vezes o mezcal é servido com fatias de laranja e sal de gusano, uma mistura de sal, especiarias e minhocas moídas – a praga das plantações.

Para realmente entender melhor o que é o mezcal, deve-se ir até a vila de Matatlan, a cerca de 45 minutos de Oaxaca . É aqui que estão localizadas muitas das famosas destilarias de mezcal, em que quase todas oferecerem um passeio gratuito, com explicação, pela área de produção e ainda a degustação (abundante) dos vários tipos de mezcais, tal como de cremas de mezcal dos mais variados sabores que possam imaginar. Muitas vezes, os tours que vão para Mitla ou Hierve el Água também param numa das destilarias de Matatlan, especialmente em “El Rey de Matatlan”, onde estive.

Obviamente que também é possível experimentar mezcal na cidade de Oaxaca, em praticamente qualquer restaurante ou bar. Na área do mercado Benito Juárez (e até dentro do mercado), encontram-se lojas das várias marcas de mezcal e também aí é possível experimentar tudo!

Em relação a comida típica, Oaxaca tem uma variedade de pratos regionais, exclusivos desta região. Por isso, sugiro que experimentem estas especialidades de Oaxaca quando tiverem oportunidade de visitar a cidade – não sejam esquisitinhos como eu 😛

  • Chapulines – Para aqueles corajosos o suficiente! Gafanhotos fritos, de vários tamanhos, desde o enorme, óbvio gafanhoto, até ao microscópico, que não se consegue ver bem o que é! Encontram-se em cestas pelos mercados de Oaxaca e geralmente temperados com picante e limão. Se conseguirem superar o facto de estar a comer insetos, dizem que são óptimos. Os oaxaqueños comem-nos como se fossem tremoços, a acompanhar uma cerveja fresca, põe-nos por cima de variados pratos, como se fosse uma erva aromática, ou até os comem no cinema, como se fosse pipocas!
  • Quesillo – O queijo típico de Oaxaca, difícil até de encontrar noutras regiões do país. Este queijo branco e fino é normalmente vendido “em novelos” e servido às farripas. Pode-se meter em tudo – quesadillas, tacos, tlayudas – ou comer assim mesmo e é para mim o melhor de Oaxaca!
  • Os 7 moles de Oaxaca – mole negro, mole amarillo, mole verde, mole coloradito, mole rojo, mole manchamanteles e mole chichilo. Os moles são pratos bastante complexos, uma espécie de molho que mistura muitas especiarias e chillis – que dependendo da mistura darão um tipo de mole diferente. O mole negro é o mais conhecido e o mais comum, uma mistura entre doce, do chocolate que leva, e o condimentado, dos mais de 20 ingredientes por que é composto, sendo que o que lhe dá a cor negra é o chile chilhuacle. Também o mole rojo e o mole verde se encontram facilmente por todo o estado.
  • Tlayudas – Este pode ser um dos pratos mais emblemáticos de Oaxaca e se pensarmos bem acaba por ser uma quesadilla gigante, com uma tortilha ligeiramente diferente. Tortilhas com uns 40cm de diámetro são recheadas com uma variedade de feijões fritos, quesillo, alface e abacate. Em seguida, são “grelhadas” em carvão, abertas, para obter uma textura leve e crocante – eu não gosto muito do sabor a queimado com que ficam… Mas para o Jorge são a melhor coisa que existe, absolutamente deliciosas. Podem também ser comidas com um pedaço de…
  • Tasajo – Um cruzamento entre carne seca pouco salgada e um bife de vaca daqueles cuja textura não é a melhor, mas o sabor é tudo! Esta pode não ser a descrição mais apetitosa, mas confiem em mim quando digo que o tasajo é delicioso – e eu sou esquisita! Podem encontrar o tasajo em muitos menus de Oaxaca como um prato independente ou como ingrediente das anteriores tlayudas. Eu normalmente como dentro de quesadillas – com quesillo, claro!

E que mais há para fazer em Oaxaca ou nos arredores? Podem…

  • Visitar o Teatro Macedónio Alcalá, que se encontra no centro da cidade, um grande exemplo da arquitectura modernista de influências francesas, característica do Porfiriato;
  • Apanhar um taxi até San Agustin Etla, a 17km de Oaxaca, para visitar o CaSa, o Centro de Artes de San Agustin. O edifício onde se encontra é de uma antiga fábrica de Fios e Tecidos, La Soledad, fundada em 1883. Não só o projecto de recuperação é lindíssimo, como todo o ambiente nos transporta a um lugar mais feliz, uma vez que há pessoas a tocar música clássica em todos os cantos;
  • Ver a cidade desde o Cerro del Fortín onde se encontra a estátua de Benito Juárez, uma das figuras mais importantes do estado e que dá o nome à cidade;
  • Visitar o colorido bairro de Jalatlaco, onde tirei as minhas fotografias vestida com o traje típico de Tehuantepec;
  • Assistir a um jogo de baseball dos Guerreros de Oaxaca. Entre Março e Agosto no estádio Eduardo Vasconcelos, os bilhetes são super acessíveis e é uma tarde bem passada enquanto se aprende sobre um novo desporto ao sabor das mais frescas cervejas mexicanas!
  • Visitar o antigo convento dominicano em Cuilapam de Guerrero. O edifício é lindíssimo e foi aí que Vicente Guerrero, um dos líderes da guerra pela Independência, foi preso e fuzilado e onde também suportamente está o corpo e cabeça da Princeja Donaji. A visita ao convento pode também ser incluída com o tour a Monte Albán, como referido anteriormente;
  • Visitar um dos cinco Pueblos Mágicos de Oaxaca (ou todos!) – Capulálpam de Mendez, no meio da Serra de Juárez, lugar de raizes indígenas zapotecas; Huautla de Jiménez, na Região da Cañada Mazateca, é también conhecido como o ‘Lugar das Águias’; San Pedro y San Pablo Teposcolula,  principalmente conhecido como o lugar de monumentos históricos, resguarda jóias arquitectónicas e tradições representativas do melhor da cultura mixteca; San Pablo Villa de Mitla, onde se encontra a impressionante zona arqueológica com o mesmo nome; ou Mazunte que, como foi referido anteriormente se encontra na costa do Oceano Pacífico e é reconhecido por ser um santuário para as tartarugas marinhas.