A Mariana tem 26 anos e esteve a viver em Nova Iorque durante 6 meses em 2015 com o programa Inov Contacto como Brand Ambassador de uma empresa distribuidora de vinhos. Enquanto ela lá esteve eu tive a oportunidade de a visitar e ela acompanhou-me pelo Central Park e pelo Guggenheim!

Primeira pergunta e porque nos interessa sempre saber, porque decidiste sair de Portugal?

Eu já tinha tido várias experiências internacionais, tinha feito Erasmus na licenciatura em França, intercâmbio no mestrado no Brasil, voluntariado em Moçambique… E sabia que queria ter ainda mais experiências destas (é o tal bichinho a falar mais alto). Quando soube do programa Inov Contacto, soube logo que tinha que concorrer. Era a experiência internacional ideal para quem tinha acabado de sair da faculdade e queria ingressar no mundo do trabalho.

Que expectativas tinhas da cidade e do país antes de chegar? A realidade é parecida com essas expectativas?

O programa Inov Contacto tem um processo de recrutamento longo mas apenas sabemos o nosso destino a poucas semanas antes de ir. Não sabia qual o país e cidade que iria, tanto podia ir para Espanha como para a China, Cabo Verde ou Brasil…. Podia ser mesmo qualquer sitio! Assim que soube que ia para os Estados Unidos, fui completamente apanhada de surpresa mas tive logo a certeza que ia adorar Nova Iorque. As expectativas eram altas e a realidade ainda superou mais essas expectativas. Nova Iorque ou é uma cidade que se detesta ou se adora, penso que não é possível haver um meio termo. Para mim foi um sonho! Pensava que me iria sentir uma formiga no meio de uma cidade tão grande, mas não me senti nada assim, senti que pertencia ali, que aquela era a minha cidade!

Do que mais gostas em Nova Iorque?

Adoro a cidade como um todo! O facto de haver sempre tanto para fazer e para todos os gostos. Museus, saídas à noite, restaurantes, passeios, lojas,… podes fazer o que quiseres e quando quiseres. A diversidade de culturas que lá encontras é algo que também enriquece esta cidade.

E do que menos gostas?

Dos ratos!! É um pânico que tenho e infelizmente ou felizmente (depende do ponto de vista), Nova Iorque ajudou-me a ultrapassar esse pânico porque vi tantos que quase que passou a ser algo normal de acontecer.  Encontramos-los na rua, mas principalmente nas linhas do metro à noite. Continuava a ficar numa pilha de nervos mas já não chorava que nem uma Maria Madalena, assim que via um.

 

 

Como caracterizas os nova iorquinos?

Em Nova Iorque é difícil encontrar nova iorquinos, nascidos e crescidos lá. É uma cidade em que encontras todas as nacionalidades e culturas possíveis e imaginárias. Nunca pensei que estando com um ar “perdido” no metro, a olhar para as placas, pudesse vir alguém ter comigo perguntar se precisava de ajuda numa cidade destas, onde temos a ideia que é cada um por si! Mas de facto aconteceu várias vezes!

Como era um dia normal para ti aí?

O meu estágio foi numa distribuidora de vinhos. Durante a manhã apanhava sempre o autocarro até ao escritório (demorava 15 minutos, uma raridade em Nova Iorque, chegar tão rápido ao trabalho). À tarde ia aos restaurantes e wine stores (em NY vinho e bebidas espirituosas não são vendidos nos supermercados, como em Portugal, portanto existem inúmeras liquor stores na cidade). Isto permitiu-me conhecer Nova Iorque muito bem, pois todos os dias andava na rua, conhecia zonas diferentes, novas pessoas, todos os dias acabavam por ser diferentes.

Se alguém fosse visitar Nova Iorque e só tivesse 3 dias o que sugerias ver?

Com tanto para ver e fazer, sugiro ficar mais do que 3 dias. Uma semana pelo menos, é o que esta cidade merece para ser visitada.

Subir a um dos principais arranha-céus para ver a cidade desde cima (One World, Empire State Building ou Rockefeller Center), perder-se nas lojas em Times Square, passear pelo Central Park, ver a Estátua da Liberdade, visitar Wall Street e o Memorial 9/11, atravessar a Brooklyn Bridge, deslumbrar-se com a Central Station e com a Biblioteca Nacional, e se houver tempo ir aos museus como o MOMA, Guggenheim, Museu de História Natural, etc. Tudo exemplos a não perder em Nova Iorque.

Tens algumas dicas para nos oferecer de como poupar dinheiro em Nova Iorque?

É possível visitar praticamente todos os museus e atrações de NY gratuitamente (ou como eles chamam, Pay what you wish), há sempre um dia e um período de tempo em que isso é possível (por exemplo, no MOMA são às sextas-feiras entre as 16h e as 18h). É possível ter esta informação nos sites dos próprios museus. Não se assustem com as enormes filas pois elas andam rápido. É possível também ver por exemplo, a Estátua da Liberdade de perto, indo no ferry gratuito que liga NY a Staten Island.

Também é bom ir mentalizado para comer muita fast food (Healthy food é muito cara em Nova Iorque, até a fruta no supermercado…).

Qual a maior “tourist trap” da cidade?

O bull (touro) de Wall Street. Nunca consegui perceber a adoração dos asiáticos por tal estátua. De todas as vezes que lá fui com pessoas que me vieram visitar, nunca consegui tirar uma foto em que não aparecessem pelo menos três turistas!

Em que zonas da cidade devemos procurar hospedagem e porquê?

Diria para ficar em Manhattan porque é o coração da cidade, onde tudo se passa, e estando no centro existe mais facilidade para chegar a qualquer lado. Preferencialmente até às ruas 90’s. (Em Manhattan, quanto mais alto o número da rua, mais degradada e insegura a zona é). Brooklyn também será uma boa alternativa, esta zona está cada vez mais atrativa, mas consequentemente mais cara.

Quais os melhores locais para sair à noite?

Sem dúvida ir a uma discoteca rooftop. O que é melhor do que estares a ter uma grande noite com vista para as luzes da cidade? Recomendo o 230 Fifth e o Le Bain. É preciso ter cuidado com a roupa e levar sempre o B.I. em qualquer saída à noite na cidade. Ah, a maioria das discotecas fecha as 4h (afinal a cidade que nunca dorme, ainda dorme umas horinhas… :))

O Union Pool em Brooklyn também era um dos meus lugares de eleição. Tem zona ao ar livre onde se podem comer uns ótimos tacos mexicanos, e duas pistas de dança com diferentes tipos de música, o tipico trendy bar em Brooklyn.

Qual o teu lugar preferido (bairro, edifício, café, livraria…) na cidade?

Times Square é sem dúvida o meu lugar preferido de NY. Foi dos primeiros sítios que fiz questão de ir e foi o último que fui quando me despedi da cidade.

Também adorava ir ao Central Park. Chegava lá em 10 min a pé da minha casa e ia praticamente todos os fins de semana, era quase já um ritual.

O que responderias se alguém te perguntasse “Não se pode sair de Nova Iorque sem…?”

Ir a Times Square, subir a um rooftop e comer um hamburguer na Shake Shack 🙂

Obrigada, Mariana, pelas tuas dicas e histórias! Acredito que será muito útil para qualquer pessoa que queira visitar Nova Iorque!