Estou em Nova Iorque!!! Quando cheguei tive uma sensação muito estranha, não parecia real estar num sítio que parecia já conhecer, de tantos filmes, mas onde realmente nunca tinha estado!
A minha primeira impressão quando cheguei ao metro, vinda do aeroporto de Newark em direcção a Brooklyn às duas da manhã não foi a melhor: o cheiro a mijo, o quão quente e húmida estava a plataforma, comparando com o gelo dentro da carruagem! Mas depois voltei para a superfície e tudo estava bem outra vez! Comprei um passe de metro semanal e fiquei hospedada em casa de um amigo de uma amiga, que não ia estar na cidade na maior parte do tempo em que eu estava, por isso esta foi a minha primeira viagem completamente sozinha – e adorei!

Dia 1

Eu comprei um New York Pass por isso a primeira coisa que fiz foi apanhar o metro até Times Square, onde podia trocar a minha reserva pelo passe real. Foi uma experiência incrível estar e caminhar por Manhattan. Eu tinha marcado um Midtown walking tour, por isso tive de caminhar até à Sede da ONU onde o tour ia começar. Era a minha primeira vez uma “cidade de arranha-céus” e eu não conseguia parar de olhar para cima! O tour foi muito interessante, provavelmente o meu favorito, e incluía visitas e explicações da Tudor City, da 42nd street (onde se pode ver o edifício do Daily News, o Chrysler Building, o edifício Chanin e o banco Bowery Savings). Depois chegámos à Grand Central Station com o seu tecto turquesa cheio de estrelas. A visita continuou para a Biblioteca Pública e terminou no Bryant Park, mesmo atrás, onde almocei, como outros tantos nova iorquinos. Depois do almoço regressei a Times Square e depois fui à famosa 5th Avenue onde visitei a St Pauls Cathedral e o Seagram Building, de Mies van der Rohe, não muito longe dali. Depois fui ao Museu de Arte Moderna (MoMA) onde visitei a exposição permanente, que apreciei muito, mas ainda mais o edifício, desenhado pelo arquitecto Yoshio Tanigushi. Depois queria ir ao Top of the Rock (tudo isto incluído no NY Pass) mas quando lá cheguei aprendi que tínhamos de fazer uma reserva da hora a que queríamos subir de acordo com a disponibilidade que tinham. Teria sido melhor lá passar antes de ir ao MoMA e reservar para imediatamente a seguir, de modo a ver o pôr do sol desde o topo, como tinha planeado. Assim ainda estive no Central Park aproximadamente uma hora, enquanto esperava pelo meu turno para subir. Afinal ainda cheguei lá acima antes do sol se pôr, mas infelizmente escolhi a única tarde nublada da minha viagem e não vi sol nenhum. Ainda assim foi a minha vista favorita de Nova Iorque. Antes de voltar para casa passei novamente pela Times Square para a ver à noite, toda iluminada!

Dia 2

O meu segundo dia em Nova Iorque foi tão intenso como o primeiro! Comecei com uma visita ao Empire State Building e ao seu deck de observação no 86º andar. Desde o topo tem-se uma excelente ideia de toda a ilha e para além disso, uma vez que o Empire State Building está quase exactamente no centro de Manhattan. Depois de ver Nova Iorque desde cima fiz um walking tour pelos bairros de SoHo, Little Italy e Chinatown. O SoHo, uma abreviatura de South of Houston Street, é conhecido pelos seus edifícios em ferro fundido. Little Italy é para onde a maior parte dos imigrantes italianos foi viver e onde se pode encontrar todos os produtos italianos. Ao virar da esquina temos Chinatown, um bairro completamente diferente e caótico. Almocei aí, num pequeno lugar onde só se vendiam guiosas, bastante barato e muito bom! À tarde caminhei pelo Financial District, onde podemos encontrar a Câmara Municipal e mais a sul o One World Trade Center. A famosa Wall Street é também aqui, tal como a igreja Trinity, numa das suas pontas, e a escultura do Charging Bull, o famoso touro dourado. No Battery Park apanhei um barco para a Liberty Island para ir conhecer pessoalmente a senhora Liberdade. Foi bom visitar este símbolo histórico e icónico, mas do que mais gostei foi das vistas para a cidade, desde o barco e desde as ilhas. Ao lado da Liberty Island está a Ellis Island, onde todos os barcos de imigrantes para os Estados Unidos chegavam para inspecção, antes de entrarem no país. Hoje em dia alberga o museu da imigração. Como ainda tinha um pouco de tempo e queria usar o meu New York Pass o máximo possível, fui ao Madame Tussauds, antes de voltar para casa.

Dia 3

Terceiro dia, a meio da viagem! Comecei o dia no Lincoln Center, que eu pensava que tinha visitas guiadas a todas as horas. Não tinha, por isso tirei algumas fotos e “comprei” o meu bilhete para voltar mais tarde. O Lincoln Center é onde se encontram a maioria das grandes salas de espectáculo. Aloja o Ballet de Nova Iorque, a Sinfonia de Nova Iorque e a Ópera Metropolitana. Entretanto fui à catedral de St John the Divine, a maior do mundo, muito bonita. Esta catedral é no norte da cidade, por isso fiz uma breve visita ao Norte do Central Parque onde iria apanhar o metro de volta ao Lincoln Center. Também almocei no parque, numa roulotte – a comida em Nova Iorque não é fantástica… pelo menos aquela que eu podia pagar. Fiz o tour, que foi muito interessante e completo, mas onde infelizmente não se podiam tirar fotografias, excepto na Ópera Metropolitana. Depois do tour encontrei-me com a Mariana, uma amiga que está a viver em Nova Iorque, para explorar um pouco mais o Central Park, enquanto esperávamos pela hora de “pagar o que quisermos” para visitar o Guggenheim (que também está incluído no NY Pass, mas a minha amiga não tinha um). Este parque é gigante e espectacular, especialmente no Verão! Finalmente fomos até ao museu Solomon R. Guggenheim do grande Frank Lloyd Wright, o “museu rampa”. Para os amantes da arquitectura é definitivamente obrigatório! A última coisa que fiz foi caminhar até ao Museu Metropolitano, entre a 5a Avenida e o Central Park, não para o visitar, pois é enorme e eu já estava bastante cansada, mas para ir até ao seu rooftop bar e ver o pôr do sol – a melhor maneira de terminar este dia!

Dia 4

No meu quarto dia, domingo, comecei com o NYC Gospel Tour que incluía visitar parte de Brooklyn e um concerto de gospel no Brooklyn Tabernacle. Brooklyn foi o primeiro subúrbio do mundo e era um bairro de gente endinheirada. Tem uma vista agradável para Manhattan. O concerto foi na verdade um serviço domingueiro, como uma missa. A música era um pouco diferente do que associava ao Gospel, mas foi espectacular presenciar a devoção com que as pessoas cantavam. De Brooklyn para Manhattan atravessei a Brooklyn Bridge, dimensionada por John Roebling, a primeira ponte suspensa do mundo. Depois de comer exactamente o mesmo que no dia anterior e ter pago mais 5$ só porque estava no Distrito Financeiro e não no Harlem, visitei o pequeno Museu do Arranha-Ceús. Depois caminhei ao longo do rio Hudson, com vista para Nova Jearsey, até ao 9/11 Memorial. É uma experiência difícil estar neste lugar e ao mesmo tempo um bonito lugar para pensar, reflectir sobre a vida, perceber quão efémera esta é! Estive lá durante duas horas e meia e fui expulsa porque o museu ia fechar, logo quando lá forem, vão com tempo.

Dia 5

No meu último dia de NY Pass comecei o dia com um cruzeiro da Circle Line chamado “The Best of NYC”, que dá a volta a Manhattan, com partida do Pier 83, ao lado do Museu Intrepid. O cruzeiro parte para sul, pelo rio Hudson, passa ao lado da Estátua da Liberdade, sobre pelo rio East, passando por importantes edifícios e por debaixo de todas as pontes que ligam a Brooklyn e a Queens. A maior surpresa foi perceber quão verde é o norte de Manhattan no rio Harlem, entre o Harlem  e o Bronx. Como tinha algum tempo antes do “Inside Broadway Tour”, depois de algumas fatias de pizza nova iorquina, voltei ao Empire State Building para o Skyride… não achei que valesse a pena… O “Inside Broadway Tour” não era na verdade dentro dos teatros mas com um actor da broadway, o que foi uma desilusão. Terminei o meu dia no Rockefeller Center, onde fiz mais um tour! Arte, arquitectura e história super interessantes!

Dia 6

No meu último dia/manhã em Nova Iorque fui até ao High Line, um parque construído sobre uma antiga linha ferroviária que passava a alguns metros do solo. Foi outro dos meus lugares favoritos da cidade, tão agradável de percorrer! Para acabar a viagem voltei ao Central Park para visitar alguns lugares importantes que ainda não tinha visitado, como a Bethesda Square e o Castelo Belvedere. Depois apanhei o metro de volta a Brooklyn para passar pela minha bagagem e depois fui até ao aeroporto de Newark. Depois de algumas horas de atraso finalmente partimos para Boston, com uma espectacular vista sobre Manhattan. Depois para chegar a Lisboa foi outro filme, mas não vos maço com essa história.

Nota: originalmente ia ficar mais um dia em Nova Iorque, mas quando tentei fazer o check in na Cidade do México, a hospedeira de terra disse-me que seria arriscado apanhar o voo que tinha comprado porque o tempo de escala em Chicago era demasiado curto, então mudaram-me o voo para o dia seguinte com escala em Dallas, que depois atrasou e daí eu ter chegado à cidade que não dorme às duas da manhã. Isto para dizer que com este dia extra teria tido tempo para explorar as atracções de Brooklyn e visitar mais alguns museus de arte como o New Museum e o Whitney Museum of American Art.